Estudo Revela que a Pele Clara é Característica Recente nos Europeus
Um estudo inovador sobre os tons de pele dos europeus antigos está desafiando noções preconcebidas sobre a evolução da pigmentação na Europa pré-histórica. A pesquisa, que analisou 348 amostras genéticas de 34 países, revela que, na Europa pré-histórica e antiga, a grande maioria das pessoas tinha pele escura, com uma transição gradual para tons mais claros que ocorreu muito mais tarde do que se acreditava.
A Pele Clara Surge Apenas Recentemente na Europa
Historicamente, pensava-se que os humanos pré-históricos na Europa haviam evoluído de pele mais escura para mais clara devido a fatores como a exposição à luz solar nas regiões do norte. No entanto, os novos resultados sugerem que a pele escura prevaleceu até muito mais recentemente do que os estudiosos imaginavam. De acordo com o estudo, apenas cerca de 8% das pessoas tinham pele clara na Europa antiga, enquanto 63% tinham pele escura e 29% apresentavam tons intermediários.
A mudança para a pele mais clara ocorreu, de fato, durante a Idade do Ferro, cerca de 3.000 anos atrás, bem mais tarde do que a transição previamente datada de cerca de 14.000 anos atrás. Essa descoberta se baseia na análise de DNA antigo de amostras datadas da Idade do Cobre (aproximadamente 5.000 anos atrás) e da Idade do Ferro, indicando que, durante esse período, a pele clara ainda era incomum. Em algumas regiões, os tons de pele escura ainda predominavam.

Tom Björklund Ilustração de uma garota escandinava de pele escura baseada no DNA encontrado em sua peça de chiclete de 5.700 anos de idade.
A Influência do Sol e da Dieta na Evolução da Pele Clara
A adaptação à menor exposição ao sol nas regiões mais ao norte da Europa levou à evolução de uma pele mais clara, pois essa característica ajudaria na absorção de luz ultravioleta (UV) e na produção de vitamina D. Contudo, o estudo sugere que a mudança para a pele mais clara foi gradual e pode ter sido influenciada por fatores dietéticos, com as sociedades humanas, antes dedicadas à caça e coleta, consumindo alimentos ricos em vitamina D. À medida que as práticas agrícolas começaram a se expandir, a dieta das populações mudou, o que pode ter tornado vantajoso evoluir uma pele mais clara para sintetizar melhor a vitamina D a partir da luz solar.
Além disso, fatores como seleção sexual e deriva genética também podem ter contribuído para o desenvolvimento de características físicas, como pele mais clara, cabelos loiros e olhos azuis. Embora esses fatores tenham influenciado a evolução, a pesquisa indica que as mudanças ocorreram mais lentamente do que as teorias anteriores sugeriam.
O Caso do Cheddar Man: O Homem de Pele Escura e Olhos Azuis
O famoso “Cheddar Man”, um homem britânico que viveu há cerca de 10.000 anos, é um exemplo que reforça essa descoberta. Análises de DNA realizadas em 2018 revelaram que, apesar de ser europeu, Cheddar Man tinha pele escura e olhos azuis. Isso desafiou a visão tradicional de que os primeiros europeus eram de pele clara. Este achado ilustra que, ao contrário do que se pensava, a pele escura foi uma característica comum na Europa por muito mais tempo do que se imaginava.

Pavilhão Real e Museus; Brighton & Hove O rosto de um homem de Cro-Magnon, um grupo que sucedeu os neandertais na Europa e viveu entre 30.000 e 10.000 anos atrás.
Neandertais e a Pele Clara: Um Desenvolvimento Prévio?
Outro aspecto do estudo levantou a possibilidade de que os neandertais, que viveram na Europa antes dos Homo sapiens, já poderiam ter possuído pele mais clara. Isso sugere que a característica de pele mais clara poderia ser mais complexa do que simplesmente uma adaptação dos humanos modernos à região europeia. As pesquisas indicam que as populações de neandertais poderiam ter desenvolvido características mais claras antes da chegada dos humanos modernos, adicionando outra camada de complexidade à nossa compreensão da evolução física no continente europeu.
A Evolução Lenta da Pele Clara
Em vez de ocorrer rapidamente após a chegada dos humanos modernos à Europa, como se acreditava anteriormente, a transição para pele mais clara foi muito mais gradual e levou milhares de anos. O estudo revela que a mudança para tons de pele mais claros foi uma tendência linear, que continuou até a Idade do Ferro, e não uma transição abrupta.

Pavilhão Real e Museus; Brighton & Hove. Uma reconstrução facial de uma das últimas mulheres neandertais antes de desaparecer.
Conclusões e Implicações
Este estudo destaca como a evolução humana é um processo mais complexo do que as pesquisas anteriores sugeriam, levando em consideração a interação de fatores como dieta, exposição ao sol e influências genéticas. As descobertas também chamam a atenção para a importância de novas análises de DNA antigo para entender melhor as características físicas de nossos ancestrais.
Próximos Passos na Pesquisa
As descobertas ainda precisam ser revisadas por pares, mas já oferecem uma visão fascinante sobre a evolução da pele e outras características físicas ao longo dos milênios. A pesquisa também levanta questões sobre como características como pigmentação e outros traços físicos evoluíram ao longo do tempo devido a uma combinação de fatores ambientais e culturais.
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