Cache de alimentos indígenas de 1.000 anos de idade encontrado no Alasca

Descoberta de Cache de Alimentos Indígena de 1.000 Anos no Alasca: Um Marco Arqueológico do Povo Dene

Curiosidades

A Descoberta do Cache de Alimentos Indígena

Em 2024, uma importante descoberta arqueológica foi feita perto do Upper Cook Inlet, no Alasca. Arqueólogos da Base Conjunta Elmendorf-Richardson (JBER) encontraram um cache de alimentos com cerca de 1.000 anos, utilizado pelos ancestrais do povo Dene para armazenar carne e peixe. O cache foi cuidadosamente construído, com 3,5 pés de profundidade, forrado com casca de bétula e camadas de grama, e servia para preservar os alimentos durante os meses mais rigorosos do clima do Alasca.

Local de cache de alimentos de Dene ao longo da entrada de cozinheiro superior

Base conjunta Elmendorf-Richardson. O poço de alimentos está localizado ao longo de uma trilha importante tradicionalmente usada pelo povo indígena Dene para viajar entre a entrada superior e os vales de Matanuska e Susitna.

O Povo Dene e a Tradição de Armazenamento de Alimentos

Este cache foi utilizado pelo povo Dene, um grupo indígena tradicionalmente associado à região. O local estava ao longo de uma trilha usada pelos Dene para viajar entre os vales de Matanuska e Susitna, sendo um ponto estratégico para a captura e preservação do salmão durante os meses mais quentes do ano. Os Dene erguiam suas casas tradicionais chamadas “Nichil” e utilizavam outras estruturas, como fumos, para armazenar carne e peixe, mantendo a alimentação para os meses de inverno.

O Significado da Descoberta para a História do Alasca

A descoberta desse cache não apenas ilumina aspectos da dieta e do estilo de vida dos Dene, mas também oferece novas perspectivas sobre a história indígena do Alasca. Embora o Alasca tenha sido fortemente impactado pelo desenvolvimento humano, esse cache remanescente é uma das poucas evidências tangíveis das práticas antigas da população indígena na região.

Segundo Margan Grover, arqueólogo e gerente de recursos culturais da JBER, a descoberta “substantia as tradições orais de Dena’ina e Ahtna”, duas tribos indígenas que possuem uma longa história de conexão com a terra. Grover também destaca a importância do local, não apenas para os arqueólogos, mas para o reconhecimento da presença contínua dos povos indígenas na região, muito antes da fundação da cidade de Anchorage, em 1914.

Cache de comida de 1000 anos

Base conjunta Elmendorf-Richardson. O poço tinha 3,5 pés de profundidade e forrado com casca de bétula e camadas de grama.

Importância do Cache e os Resultados da Datação

O cache foi datado por radiocarbono, revelando que ele tem cerca de 960 anos, com uma margem de erro de 30 anos. A descoberta causou grande emoção entre os arqueólogos, como explicou Liz Ortiz, uma das pesquisadoras da JBER: “Ficamos chocados com os resultados… Foi muito emocionante.” Entre os alimentos armazenados estavam vestígios de carne de caribu e alce, demonstrando a dieta diversificada do povo Dene e a importância do armazenamento de alimentos na região.

O Desafio da Preservação e a Luta Contra a Destruição

O local onde o cache foi encontrado teve uma longa história de associação com o povo Dena’ina e Ahtna, mas também passou por muitas mudanças, especialmente após a intervenção humana na região. Em 1942, grande parte da área foi demolida por militares, tornando o cache encontrado um dos poucos remanescentes preservados da cultura indígena local. A preservação desse tipo de sítio arqueológico se torna cada vez mais difícil, à medida que o desenvolvimento e a urbanização avançam.

No entanto, a recente descoberta oferece uma nova oportunidade para preservar e proteger o legado do povo Dene e garantir que o conhecimento ancestral seja transmitido para as futuras gerações.

Amostras de cache de comida indígena

Base conjunta Elmendorf-Richardson. A datação inicial do radio carbono mostra que a carne de alces e caribu foi armazenada no poço.

A Relevância Atual da Descoberta para os Povos Indígenas

Essa descoberta também destaca o conhecimento sofisticado que os povos indígenas, como o Dene, possuíam sobre o meio ambiente e como gerenciavam ativamente os recursos naturais ao longo das gerações. Angela Wade, cidadã tribal da vila de Chickaloon e Oficial de Preservação Histórica, comentou sobre a importância de estudar esses sítios arqueológicos: “Sinto que todos os sites que podemos investigar são uma parte da nossa história que foi potencialmente perdida.”

A análise adicional do cache será realizada em colaboração com os membros do Conselho Tradicional da Vila de Chickaloon e da vila nativa de Eklutna, com o objetivo de aprender mais sobre as técnicas e os métodos utilizados pelos ancestrais do povo Dene. Este esforço colaborativo visa garantir que as tradições e o legado cultural sejam preservados de maneira respeitosa e produtiva.

O Futuro das Investigações e a Preservação da História

À medida que as escavações e análises continuam, os arqueólogos e as comunidades locais esperam que mais descobertas possam ser feitas para iluminar ainda mais a história dos povos indígenas do Alasca. Esse cache de alimentos pode ser apenas uma pequena parte de um legado muito maior, e sua preservação será crucial para o entendimento de como as culturas nativas do Alasca prosperaram em condições tão desafiadoras.

A equipe da JBER, com o apoio das comunidades locais, está comprometida em continuar a investigar o local e aplicar os métodos mais eficazes de preservação, garantindo que esse e outros sítios arqueológicos sejam protegidos para as futuras gerações.


Conclusão

A descoberta do cache de alimentos indígena de 1.000 anos no Alasca oferece uma janela única para o passado, revelando detalhes sobre a dieta, as tradições e o conhecimento dos povos Dene. Ao mesmo tempo, destaca a importância de preservar e estudar esses sítios arqueológicos, para que a rica história indígena do Alasca continue a ser reconhecida e valorizada.


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