Aromas e Cores nas Estátuas Greco-Romanas: Uma Nova Perspectiva
A recente pesquisa sobre escultura greco-romana trouxe à tona um aspecto fascinante das estátuas antigas: a experiência sensorial que envolvia não apenas a visão, mas também o olfato. Segundo um estudo realizado pela Universidade Tufts, as estátuas de deuses e governantes romanos e gregos eram frequentemente perfumadas, alterando significativamente a forma como eram percebidas.
O Impacto dos Aromas nas Estátuas Antigas
Atualmente, as estátuas greco-romanas, com sua aparência simples e cores desbotadas, podem parecer pouco vibrantes. No entanto, nos tempos antigos, elas eram incrivelmente coloridas e muitas vezes perfumadas com essências agradáveis. Esse processo não só tornava as estátuas mais atraentes, mas também as ajudava a preservar suas cores e formas, garantindo que continuassem a ser uma representação viva de divindades ou governantes.
Cecilie Brøns, autora do estudo, observa que admirar uma estátua no mundo antigo era uma experiência completa, que envolvia mais do que apenas a visão, mas também o sentido do olfato. Ela explica que a combinação de cores vibrantes e perfumes agradáveis tornava essas figuras ainda mais impactantes.

Domínio público A estátua de Zeus em Olympia, há muito perdida no tempo, era uma das estátuas descritas como sendo ungidas com azeite.
Métodos de Perfumação nas Estátuas
Brøns conduziu sua pesquisa analisando textos antigos, como os de Cícero e Plínio, o Velho, que detalhavam como as estátuas eram perfumadas. As estátuas de divindades como Artemis e Hera eram ungidas com óleos e ceras perfumadas. Em locais como a Sicília, o perfume era aplicado ritualmente em estátuas de deuses, enquanto em Delos, na Grécia, vestígios de oficinas de perfumes antigas indicam a prática comum de perfumar estátuas.
Além de divindades, governantes também eram frequentemente adornados com fragrâncias. Um exemplo disso é a estátua da rainha Berenice II, do Egito, que foi descrita como “úmida com perfume”, sugerindo que sua imagem também era tratada com aromas.

Aqui/Wikimedia Commons Um torso de mármore de Hera de Delos, Grécia.
A Influência do Olfato nas Experiências Antigas
Esses aromas desempenhavam um papel crucial na percepção das estátuas. Os antigos usavam técnicas como o “ganose“, que envolvia a mistura de ceras e óleos para espalhá-los nas estátuas. Isso não só as tornava agradáveis ao olfato, mas também ajudava a manter as cores vivas. Já o processo “Kosmese” se concentrava na preservação das estátuas, como evidenciado pelo azeite usado na estátua de Zeus em Olympia, que protegia seu marfim.

Museu de Arte Metropolitano A reconstrução parcial colorida de uma esfinge do monumento funerário grego de Megakles.
Conclusão: Repensando as Estátuas Brancas nos Museus
As estátuas que hoje vemos nos museus, muitas vezes brancas e sem vida, eram, na verdade, peças vibrantes e sensoriais no passado. Elas eram adornadas com cores, flores, joias, tecidos e, claro, perfumes, o que as tornava representações poderosas e quase vivas de deuses e governantes. Hoje, ao olharmos para essas estátuas, podemos repensar sua aparência e sua função no contexto de um mundo antigo que envolvia todos os sentidos.
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